Não posso mais ser amiga delas

Pérola é uma adolescente com comportamentos bem característicos da fase: não aceitação do físico, dificuldades em lidar com o conteúdo interno, oscilação nas relações familiares/amizades e dificuldades com a escola.

Por causa do baixo rendimento, ela foi chamada para conversar pela direção escolar. O interesse em entender o que estava acontecendo era grande. Por que caiu tanto o rendimento? Onde está aquela aluna comprometida?

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“Eu prefiro amigos virtuais, Fabíola!”

Assim começou o diálogo com uma jovem de apenas 12 anos. Como assim prefere amigos virtuais? Ela tem amigos virtuais aos 12 anos? Preocupei. Grudei meu olhar nela e prestei atenção em cada palavra. Ela prefere amigos virtuais, mas estava aqui comigo sedenta de vontade falar e adorava quando eu a tocava.

A narrativa foi longa. Ela não se cansava. Ofereci água para ver se tinha uma pausa, porém a danadinha falava sem parar. E o que tanto falava? Então, estava confusa. Embora iniciara com a fala afirmando que preferia amigos virtuais, na verdade, sentia-se tão sozinha e desejosa de ter amigos presenciais. Pode isso? A maior queixa era a perda da confiança das amigas. Não conseguir lidar com o afastamento.

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Quando percebemos que nossos filhos internalizaram os valores que ensinamos?

Estou com conflito moral?” A mãe escuta, tenta entender e responde: “Oi?” (Tenta ganhar tempo). Uma surpresa imediata a invade e uma interrogação preenche todo o seu ser: “O que virá da boca desse menino?”

Refeita, fingindo naturalidade, ela pergunta ao filho: “O que te angustia, meu filho?”.

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O que nossos filhos estão aprendendo sobre o amor?

O que nossos filhos estão aprendendo sobre os diversos tipos de amor: amor de amigo, amor de irmão, amor de primo, amor de mãe, amor de pai, amor de vizinho, amor de avó, amor de avô, amor de amor?

Encontrei uma criança com ar de muito preocupada. Sentei perto e “puxei um papo”. Aos poucos fui conquistando sua simpatia e segurança e ela revelou a sua preocupação. Estava encucada e pensativa se ela era homossexual. Perguntei o que sabia sobre homossexualidade e, aos 10 anos, ela me deu uma aula. Diante do conceito oferecido por ela, perguntei o que a fazia pensar que era homossexual e, aflita, me disse: “amo minha melhor amiga”.

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Será que conheço e continuarei reconhecendo meu filho com o passar dos anos?

Foram vários dias pensando naquela mãe. Vários dias refletindo sobre as suas palavras. Refiro-me à mãe do fã que protagonizou uma cena de novela com uma apresentadora famosa. O que leva uma mãe a ser tão surpreendida com um ato repentino de seu filho? Seria algo repentino ou ignorou os sinais? Quais os “nossos pecados” como pais?

É exatamente esta reflexão que pretendo promover. Um jovem por volta dos trinta anos foi um dia uma criança e um adolescente. Todas as nossas atitudes paternas contribuíram de alguma forma para alertar (porém sem sermos ouvidos), camuflar (omissão) ou exacerbar suas atitudes. Um homem de trinta anos já é capaz de responder por seus atos, mas vamos voltar lá na infância. Não me refiro à infância deste desconhecido, mas irei refletir sobre o nosso papel de pais na infância de nossos filhos.

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Tarefa de casa: qual o seu verdadeiro objetivo?

Escolhi este tema porque percebo pais muito preocupados em como lidar com a tarefa de casa. Afinal, para que servem as tarefas de casa?

Primeiramente, a tarefa de casa é uma oportunidade de permitir o elo entre a família e a escola. Ela apenas ilustra o conteúdo que está sendo trabalhado. Digo “ilustra” porque a tarefa não consegue mostrar toda a riqueza do desenvolvimento do conteúdo realizado pelo professor. A tarefa de casa permite uma avaliação e a acomodação do aprendizado. Através da tarefa, o aluno perceberá se conseguiu apreender e poderá suscitar as dúvidas para a próxima aula.

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“Eu tenho um filho líder.” Será?

No momento que vivemos de estímulos exagerados, empurrando nossas crianças para a vida social, muitas vezes confundimos atitudes egoístas, birrentas, cheias de empáfia e exibicionismo com liderança.

Ao observar uma criança em um parque público, consegui ver, no semblante dos pais, a satisfação em ver seu filho “interagindo” com as outras crianças. Interagindo ou exigindo? Muitas vezes, exigindo obediências ao que ele propunha como brincadeira. Propunha ou mandava? Na verdade, os pais não percebiam que seu filho estava exercendo um autoritarismo desmedido e passava longe de ser um líder do grupo.

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