Será que conheço e continuarei reconhecendo meu filho com o passar dos anos?

Foram vários dias pensando naquela mãe. Vários dias refletindo sobre as suas palavras. Refiro-me à mãe do fã que protagonizou uma cena de novela com uma apresentadora famosa. O que leva uma mãe a ser tão surpreendida com um ato repentino de seu filho? Seria algo repentino ou ignorou os sinais? Quais os “nossos pecados” como pais?

É exatamente esta reflexão que pretendo promover. Um jovem por volta dos trinta anos foi um dia uma criança e um adolescente. Todas as nossas atitudes paternas contribuíram de alguma forma para alertar (porém sem sermos ouvidos), camuflar (omissão) ou exacerbar suas atitudes. Um homem de trinta anos já é capaz de responder por seus atos, mas vamos voltar lá na infância. Não me refiro à infância deste desconhecido, mas irei refletir sobre o nosso papel de pais na infância de nossos filhos.

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Não temos controle sobre nada, certo? Como preparar a sua criança para essa realidade?

Recebi um pai aflito por perceber que o filho tem experiências virtuais inesperadas. E para piorar, o filho se decepcionou. A criança tinha a impressão de que podia controlar suas ações e as ações do outro e deparou-se com a fragilidade ao perceber que não controlamos nada e muito menos alguém.

Pai e filho inertes na minha frente, buscando ajuda para lidar com a frustração. Pai, pela decepção de se perceber alheio ao que o filho fazia. Criança, apavorada por se ver refém de outra pessoa. Como ensinar a eles que a vida prega esta peça: pensamos que dominamos tudo, mas na verdade, não controlamos nada?

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Violência: como falar sobre ela com as crianças?

A cada dia, tenho sido abordada por mães assustadas com as perguntas das crianças. “Mãe, o que é estupro?”, “Papai, por que ele bateu na esposa?”, “Mamãe, por que minha amiguinha bateu no Pedro e disse que se mexeu com uma, mexeu com todas?” As crianças são perspicazes e estão atentas a tudo o que aparece nos noticiários e nas mídias sociais. E, é claro, buscarão esclarecer aquilo que não entendem.

E como explicar para crianças tão pequenas as barbáries do cotidiano? O que fazer quando nos abordam, sem chocá-las ou amedrontá-las?

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Como não transformar a minha criança em vítima de si mesma

A cada dia nos deparamos com adultos que se vitimizam o tempo todo. E como Terapeuta Familiar, sempre busco a origem dessa vitimização. Percebo que esse é um papel apreendido, seja com o adulto que está próximo ou por algum momento que, ao se vitimizar, obteve ganhos.

E como trabalhar essa questão com os nossos pequenos? Primeiro, analise a ação dos adultos que convivem na rotina da criança. Caso encontre alguém que promova esse exemplo, trabalhe paralelamente esse adulto. A ação precisa ser conjunta.

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