Percebe-se que os adolescentes estão cada vez mais despreparados para uma vida sexual inicial, não só devido à idade, mas porque recebem muitos estímulos inadequados, levando a uma percepção errada do que é esse momento íntimo.
Os fatores que levam os adolescentes a iniciarem cada vez mais cedo a vida sexual estão relacionados à necessidade de aceitação junto ao grupo em que estão inseridos. Estímulos das séries, filmes e TV, internet e seus inúmeros vídeos de influenciadores e até mesmo a carência familiar, sobretudo do afeto dos pais, podem ser gatilhos para que o sexo aconteça de forma precoce.
E, nessa fase, eles não buscam orientações com profissionais ou com os pais; restringem-se aos amigos da mesma faixa etária. E o risco que correm nessas suas primeiras experiências sexuais é enorme para sua saúde física e emocional. Não estão livres de apresentarem comportamentos com risco de infecções por DST/Aids, outras doenças sexuais, gravidez inesperada pelo não uso de proteção (preservativo) pela variedade e número de parceiros.
Claro que, iniciando sua vida sexual precocemente, o número de parceiros é significativamente ampliado, e, com isso, não haverá apenas chances maiores de doenças sexuais: pode ocorrer um comportamento antissocial pelas experiências muitas vezes mal sucedidas e gestações indesejadas, fazendo-os, por vezes, optar pelo aborto. Isso tudo acaba por gerar uma sucessão de dores e conflitos emocionais que os acompanharão por uma vida.
O comprometimento escolar, sem dúvida, sofre uma mudança neste momento. Isso claramente porque o emocional interfere nas nossas relações, sociais, acadêmicas e familiares.
Vale lembrar que, por outro lado, embora percebamos um interesse generalizado dos adolescentes por sexo, existem muitas meninas e meninos que preferem preservar a virgindade. Preferem aguardar o seu momento e não se influenciam pelo grupo.
Esses jovens que optam por não “entrarem na onda do fazer por fazer”, geralmente mantêm uma postura reservada para evitar as críticas e “zoeiras” . A pressão que os jovens da atualidade fazem é grande. É preciso muito amadurecimento para se manterem em seus posicionamentos.
É importante que os pais abram espaço para o diálogo com os adolescentes. Eles precisam educar e informar os filhos sobre os riscos que a relação sexual precoce pode causar. Devem adotar uma prática de conversas nas quais possam responder às dúvidas, partilharem exemplos, contar das próprias experiências de uma forma natural, cultivando espaço para intimidade da família e, com isso, os filhos se sentirão mais seguros e acolhidos.
Caso os pais não se sintam à vontade para esse diálogo e percebam que o(a) filho(a) esteja nessa fase de iniciação sexual, eles podem procurar ajuda de um profissional para mediar o diálogo entre pais e filhos ou para orientar os filhos. O que não podemos é fazer, de jeito nenhum, vista grossa para esse momento que a prole está vivendo. Vamos acudir nossos filhos para evitar consequências desastrosas (emocionais e físicas).