Eu começo perguntando o que acontece com os pais que permitem ao jovem se isolar? E você pode me perguntar: como evitar?
Então, acontece na nossa família tudo aquilo que permitimos. Se acreditamos que a tão famosa privacidade deve ser respeitada, deveríamos entender que privacidade 24h por dia é doentia.
Não existe isso de permitir que fique isolado o tempo todo. Temos que exercitar a convivência. E, para isso, os pais precisam estar dispostos.
Um jovem tem, sim, a tendência de querer seu canto. Até aqui, não vejo problema. O problema se instala quando, até por comodismo nosso, permitimos que ele se esconda atrás do “estou estudando”, “estou ouvindo um som”, “estou conversando com amiga por vídeo”, para não se relacionar com a família.
Uma família, para ser bem sucedida e harmoniosa, precisa cultivar hábitos que incluam todos os membros.
Os jovens estão carentes de atenção, afago e cumplicidade familiar. Percebo que eles não estão sabendo se manifestar e a família não está sabendo oferecer.
Quando os pais dialogam com os filhos, geralmente, são cobranças, julgamentos e ausência de amorosidade nas palavras. Desta forma, pais e filhos só se distanciam.
Deixarei aqui algumas perguntas como reflexão:
- Há quanto tempo não saio com meu filho para um café com prosa?
- Consigo saber o gosto musical do meu filho?
- Conheço os verdadeiros amigos, diferenciando-os daqueles que são só colegas?
- Já fui à escola em que o meu filho estuda, além do dia da matrícula?
- Levo e busco meu filho na “balada”, observando o ambiente?
- Quando ele me pede dinheiro, eu me interesso em saber a finalidade?
- Se meu filho fica por horas no quarto, tenho o cuidado de buscá-lo para estar com a família?
- Tenho medo de perder o amor do meu filho e, por isso, cedo a tudo que quer?
- Ainda reconheço o gosto alimentar do meu filho?
- Aproximo meu filho da família de origem (avós, tios, etc.) para que valorize e tenha sentimento de pertencimento?
- Consegui detectar o momento em que meu filho está e quais as experiências que já teve como adolescente?
- Sinto que sou responsável pelo desenvolvimento emocional e, por isso, estou sempre atento às mudanças de comportamento?
Desejo que esta geração consiga verbalizar mais as suas necessidades, da mesma forma que almejo que os pais acordem para a importância de ter um movimento atento a tudo que cerca o filho.