Recebi um pedido de escrita com o tema “Amizades Problemáticas”. Achei interessante. Adoro refletir sobre esse tema.
Temos uma tendência a olhar o outro e deixar de nos olhar ou olhar os nossos filhos. Atribuímos a terceiros a mudança de comportamento dos nossos filhos.
Acredito sim que sofremos influências. É evidente que adquirimos hábitos, linguagem, comportamentos quando nos relacionamos com pessoas e ambientes. Isso ocorre com adultos, imagine com crianças e adolescentes.
Não é à toa que existe o ditado “Diga com quem tu andas que direi quem tu és”. Aqui já havia a sabedoria dos antigos diante desta preocupação que sempre se mostra atual, principalmente em relação aos nossos filhos.
No entanto, faço um alerta que caracterizo como de fundamental importância. Enquanto olhamos para o comportamento do outro, deixamos de olhar para o nosso. Dessa forma, procure indagar o motivo que levou a sua criança, o seu adolescente e até os adultos da sua convivência (esposa, marido, etc.) a buscarem essas companhias. Por que, entre tantas pessoas, tantas possibilidades de amizades, ELE ESCOLHEU essas.
Ao buscar entender o que tem por trás das escolhas, você terá mais chances de ajudá-lo a sair das amizades indesejadas.
E o caminho será sempre a reflexão. Sempre fazer com que o outro avalie ganhos e perdas com a amizade ou com aquele ambiente. Quais consequências colherá, agindo assim.
Mergulhe na busca:
- Por que meu filho se interessou por esse amigo?
- Quais as afinidades contidas que eu desconhecia?
- Por que esse grupo, de valores e princípios tão diferentes, acolheu meu filho?
- O que tenho feito para conhecer, de verdade, meu filho? Estou disposta a isso ou faço vista grossa e só reclamo?
- Conheço bem as atitudes individuais e dos grupos que estou julgando como impróprios para estarem com meu filho?
- Já parei para ouvir o meu filho ou só manifesto a minha rejeição ao que faz e a com quem está?
- Em que momento meu filho mudou seus hábitos? Percebi rápido ou demorei a perceber?
Há muitas outras reflexões que você pode buscar fazer. O que mais quero deixar aqui, como reforço do que falo sempre, é que volte o seu olhar para sua cria. Pare de olhar o outro e culpar o outro pela mudança ou atitude do “seu”. Isso só se torna desculpa para não enxergar que algo saiu do controle na caminhada de conhecimento do seu próprio filho.