A difícil tarefa de escolher a profissão, sendo tão jovens, muitas vezes, não é motivo de atenção dos pais.
Nesta rotina frenética em que estamos inseridos, muitas vezes não paramos para pensar que nossos filhos estão no ensino médio e já terão que escolher um caminho.
Em outros tempos, nossos jovens acompanhavam mais os pais ou familiares em suas jornadas de trabalho. Este acompanhar ia permitindo um olhar para as profissões das pessoas próximas. Esta observação ia gerando admiração e desejo de seguir ou repulsa pela não identificação.
Atualmente a jornada de estudo dos adolescentes não proporciona essas vivências. Mesmos as escolas abrindo um espaço para trazer diversos profissionais e suas partilhas sobre a profissão escolhida, isso tem se provado insuficiente para a escolha por parte dos jovens.
Algumas famílias, às vezes, conduzem a escolha. Vão levando o jovem a acreditar que o que escolheram para ele é o melhor. Muitas vezes dá certo, há a identificação e a paixão pela escolha, porém, por muitas vezes, não funciona. E quando o jovem não se encanta por aquilo que esperam ser a escolha profissional dele, nem sempre ele consegue expressar e lutar por um outro caminho. Teme decepcionar os pais, preocupa-se com o investimento feito, entre outros conflitos que aparecem.
Temos que ter muito cuidado para não projetarmos os nossos sonhos em nossos filhos. Essa projeção pode gerar uma desarmonia na relação e até um fracasso emocional desse jovem, futuramente.
A cada ano, essa escolha tem acontecido precocemente. Jovens de 15 anos sendo obrigados a se posicionarem porque o colégio separa os alunos por grupos de intenções profissionais. Isso é lamentável.
Com o Novo Ensino Médio, espera-se que essa acolhida e esse acompanhamento tenham novas estratégias e suporte. Ainda bem.
Devemos atentar para esta fase dos nossos jovens. Procure conversar mais com o seu filho sobre este momento. Mostre que respeita as possibilidades dele e o oriente. Essa orientação precisa ser realizada através de um diálogo neutro, que proporcione reflexão e curiosidades ao que busca.
Ofereça ajuda. Ofereça levá-lo para conhecer lugares, profissionais e até a fazer um teste vocacional. Temos a tendência de querer resultados sem oferecer contribuições. Interesse-se pelo que seu filho traz de dúvidas, argumentação e até aquela velha “verdade absoluta” que os jovens costumam ter. Tudo que vier dele é importante você conhecer. Só assim, você poderá auxiliá-lo neste momento tão precoce de decidir o que será no futuro.