Todos os dias, recebo mães assustadas com a quantidade de horas que os filhos passam conectados com a tecnologia. Filhos com dificuldades nas relações sociais presenciais, mas totalmente entregues às relações virtuais.
Mães descrentes de tanto alertar e de procurar ajudar os filhos e exaustas pela falta de êxito.
O que está acontecendo com os nossos jovens?
Em sua maioria, nossos adolescentes estão cada vez mais isolados. Negam-se a manter contato com a família, familiares e amigos.
Nunca vi uma geração com tão baixa autoestima. Desvalorizam-se, inferiorizam-se e se escondem. Escondem-se atrás de uma tela, atrás de um filtro de foto e atrás de autodiagnóstico colhido pelo “Dr” Google.
É muito ruim perceber que, para tentarem se justificar por se sentirem tão mal com sua própria imagem e por não conseguirem manter relações, procuram doenças emocionais e acreditam tê-las.
Muitos procuram médicos e buscam medicações. E o que está por trás? Por trás de todo este comportamento, está um sentimento profundo de solidão. Estão com uma multidão em suas redes sociais e totalmente sozinhos em suas vidas reais.
Precisamos, urgentemente, agir. Não podemos acreditar que é apenas uma fase e passará. Fases não tratadas se instalam para o resto da vida.
Precisamos parar de achar que filhos precisam de espaço. Acredito que todos nós precisamos de um tempo a sós – mas não uma vida inteira. Um dia após o outro, isolado.
Até quando agiremos assim, diante do que acontece bem debaixo de nosso nariz?
Amigos virtuais não preenchem. Estão distantes é só mostram o que querem. “Eu posso ser tudo o que eu quiser nas redes”. E, no fundo, eles sabem disso. Os adolescentes estão sedentos de realidade. Querem poder ser eles mesmos, com suas qualidades e defeitos, e serem aceitos. Estão cansados de fazerem tipo.
E essa falsa apresentação de si mesmo está gerando insatisfação e cansaço com a vida. É muito difícil agir o tempo todo para agradar e ser aceito.
Deparo-me com garotos tristes e desanimados aos 17 anos. Meninas cansadas de terem que ser bonitas, interessantes e fotogênicas.
Até quando iremos deixar nossos filhos mergulhados nesse mundo virtual tão cruel?
Vamos promover mais interação, socialização e mais aconchego aos nossos jovens. Como? Dê uma vasculhada nos meus últimos artigos, os quais possuem várias dicas. Por exemplo, você quer seu filho saudável emocionalmente? Incentive-o a praticar um esporte coletivo. É um começo.