Todos os dias, eu tenho a oportunidade de estar com famílias, adolescentes e crianças. Falamos sobre questões variadas: comportamento individual, comportamento coletivo, ações familiares e questões emocionais.
Tenho sempre uma escuta atenta. Afinal, amo estar com pessoas e sou uma ouvinte treinada.
Tenho me incomodado com a impaciência das pessoas em relação aos processos ligados à evolução. Eu costumo dizer que trabalhar com pessoas é muito diferente de “bordar boné”: programa o desenho, liga a máquina de bordar e pronto! Saiu errado? Desmancha e refaz. Tudo em poucos minutos.
Já na relação humana, precisamos ouvir, analisar o que envolve a fala, verificar o contexto, montar uma estratégia de ação, trabalhar com ferramentas e monitorar para avaliar se o caminho é o adequado àquela pessoa.
Outro aspecto essencial é o querer do outro no envolvimento no processo. Não é possível gerar um movimento de evolução se o outro não se torna protagonista.
Dentro deste olhar, fico pensando o que leva uma família a exigir ações imediatas. Talvez pelas influências do mundo atual, onde tudo é para agora e para a minha satisfação. Também pelo que a maioria tem mostrado, que seu problema é sempre mais importante do que o do outro.
Enfim, será que não era hora de entendermos que mudanças impostas não se sustentam e que as mudanças reflexivas, de dentro para fora, são as que dão frutos?
Acredito que está na hora de parar com essa pressa e investir mais na dedicação de tempo às ações no contexto em que o nosso filho está inserido. A família ou as famílias pertencentes à comunidade merecem um trabalho de qualidade para, de verdade, gerarmos vivências saudáveis e evolução a todos envolvidos. Acredito que vale a PARADA para reflexão.