Seu filho, sua filha começou a namorar? Preste atenção em como está sendo construída essa relação.
Tenho acompanhado inúmeros adolescentes que estão iniciando a sua vida amorosa. Alguns com um namoro bem infantil ainda, outros numa relação muito conturbada.
Esse início das relações amorosas durante a adolescência se dá, geralmente, com inúmeras declarações amorosas, alimentação do ego, descobertas instigantes e excessivas juras de amor. Porém, existe uma outra forma muito preocupante dessa iniciação. Percebo que também podem acontecer abusos físicos e psicológicos. A imaturidade e ainda a não completude da formação de sua identidade geram, nesses jovens, bastante insegurança e acabam por reproduzir comportamentos exemplificados em seu meio social e familiar.
Meninos e meninas sucetíveis a uma relação abusiva. Destaco meninos porque vejo muitas meninas abusivas também. E, culturalmente, se fala muito do abuso sofrido só pelas meninas.
Diante de uma propagação de um “amor” mais livre, infelizmente, tenho me deparado com jovens muito sofridos emocionalmente por terem se submetido a situações que geraram constrangimento, exposição e massacre de sentimentos. Como exemplo, posso citar que esses mesmos jovens, no desejo de ter a pessoa que escolheram ao seu lado, muitas vezes, cedem a uma iniciação sexual precoce, a orgias envolvendo colegas e até sendo “obrigados” (não conseguem dizer não) a relações com o mesmo sexo para satisfação do(a) parceiro(a).
Estes relatos estão te assustando? Saia do susto e parta para observação. Como está a saúde emocional do seu filho, da sua filha?
E o que você deve observar:
• como está o humor? Observa muitas alteração de humor? Percebe isolamento além do natural da adolescência?
• quando vai sair com amigos, você percebe excitação ou apreensão?
• se declarou que está namorando, você percebe mudança no modo como tem lidado com as redes sociais?
Ofereça sempre ajuda para que o adolescente tenha autoconhecimento, autoestima e autoconfiança. Desenvolver esses aspectos garantirá que conheça os próprios desejos e vontades e, desta forma, torna-se mais fácil impor limites, não infringindo seus valores e princípios, a qualquer relação. Por termos uma cultura que ressalta o machismo, muitos adolescentes acabam cedendo às pressões do par amoroso e às influências dos colegas. Precisamos estar alertas a isso.
A situação anda tão notória que, para elucidar e incentivar padrões de relacionamento mais saudáveis entre os adolescentes, o Ministério Público de São Paulo lançou uma cartilha destinada a adolescentes intitulada Namoro Legal. Disponível na internet e com linguagem acessível, o material faz alertas sobre comportamentos que podem indicar que a relação é abusiva.
Espero que este artigo ligue um alerta. Forte abraço e não deixe de ler a cartilha.