O que começou como uma pesquisa sobre o uso de tablets
se tornou um movimento que abriu a gestão do colégio paulistano
Dante Alighieri à participação estudantil
Em 2011, o desafio de Valdenice Minatel, que atuava então coordenadora de tecnologia do colégio Dante Alighieri, na capital paulista, era integrar os tablets em sala de aula. “Para esse projeto piloto, eu organizei um grupo focal de pesquisa com os alunos. Queria entender a visão deles sobre o uso da tecnologia”, recorda Valdenice, que hoje é a diretora pedagógica da instituição. “A experiência foi um divisor de águas para mim. Percebi que não poderia ser gestora sem ter os alunos contribuindo sempre”.
A partir dessa experiência positiva, a escola inaugurou seu Comitê Gestor de Tecnologia, formado só por alunos. O Comitê já completou sete anos de trabalho. A participação nele é voluntária e aberta a todos estudantes do ensino médio. As reuniões acontecem uma vez por semana, no contraturno, mas quem não tem disponibilidade de comparecer no horário pode participar no grupo de Whatsapp do comitê.
“Todos ali são muito comprometidos, querem contribuir. Tem até ex-alunos participando – um deles agora faz Direito, gosta de direito digital e, assim, contribui com outro olhar”, conta a diretora. Além de fazer propostas e tomar decisões, os membros do comitê ficam também responsáveis por disseminar o que foi discutido.
Para a escola, as vantagens práticas em manter esse time de alunos colaborando constantemente são bem claras. “Digo que eles são meus hackers, meus consultores. Há duas semanas, um aluno descobriu um problema em um aplicativo que embarcamos nos Ipads. Imediatamente enviamos um comunicado para todos os alunos. Isso dá uma agilidade enorme para a escola”, afirma.
Transformação democrática
A criação do Comitê de Tecnologia teve reverberações profundas na dinâmica escolar. “A gente começa discutindo tecnologia e acaba discutindo toda a escola, porque está tudo relacionado”, diz Valdenice. A gestão foi ficando dia a dia mais democrática.
Para ampliar os fóruns de participação, há três anos o Dante instituiu os Comitês de Representação Discente para o ensino médio e 9°. ano do fundamental. Os mais novos começam o exercício da participação em rodas de conversa mensais. “Eles nos dão a possibilidade de colocar todo mundo que faz a escola para pensar a escola. Afinal, somos todos participantes desse organismo vivo”, afirma a diretora.
(da Redação da BETTEDUCAR)
Saiba mais em Bett EDUCAR.