Entra uma criança de 11 anos correndo em minha sala. “Tiaaaaaa, meu pai disse que cansou do Brasil e quer levar todo mundo para outro país. Eu não quero ir. Você pode me ajudar a convencer meus pais que o Brasil é bom?” Escutei, pensei e argumentei.
Não temos controle sobre nada, certo? Como preparar a sua criança para essa realidade?
Recebi um pai aflito por perceber que o filho tem experiências virtuais inesperadas. E para piorar, o filho se decepcionou. A criança tinha a impressão de que podia controlar suas ações e as ações do outro e deparou-se com a fragilidade ao perceber que não controlamos nada e muito menos alguém.
Pai e filho inertes na minha frente, buscando ajuda para lidar com a frustração. Pai, pela decepção de se perceber alheio ao que o filho fazia. Criança, apavorada por se ver refém de outra pessoa. Como ensinar a eles que a vida prega esta peça: pensamos que dominamos tudo, mas na verdade, não controlamos nada?
Preconceito: onde ele inicia?
Ouvir sobre ações preconceituosas, infelizmente, virou rotina nos ambientes sociais: família; igreja; escolas. Não há um único dia que não nos deparemos com frases, piadas e ações de exclusão e exposição. As inúmeras campanhas televisivas, digitais, projetos de conscientização sobre o bullying, leis criadas para coibir ainda não impediram atos tão dolorosos e maldosos. E qual a origem disso?
Criança furta? O que fazer quando a minha criança chega em casa com algo que não é seu?
Existe uma fase na vida da criança em que ela sente a necessidade de saciar seus desejos: a fase do eu; do “tudo é meu”. É exatamente neste período que, muitas vezes, ela leva para casa algo que não lhe pertence: uma boneca da coleguinha, um apontador, um enfeite de cabelo, um carrinho. O primeiro alerta que quero fazer é que ela não possui nenhuma noção de FURTO e, diante disso, devemos deixar de lado o nosso desespero recheado de medos e julgamentos e agir com naturalidade.
Como não transformar a minha criança em vítima de si mesma
A cada dia nos deparamos com adultos que se vitimizam o tempo todo. E como Terapeuta Familiar, sempre busco a origem dessa vitimização. Percebo que esse é um papel apreendido, seja com o adulto que está próximo ou por algum momento que, ao se vitimizar, obteve ganhos.
E como trabalhar essa questão com os nossos pequenos? Primeiro, analise a ação dos adultos que convivem na rotina da criança. Caso encontre alguém que promova esse exemplo, trabalhe paralelamente esse adulto. A ação precisa ser conjunta.
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