E se fosse meu filho?

Hoje quero falar sobre a dúvida que muitos pais mostram sobre contar ou não contar à amiga ou ao amigo que o filho deles está tendo um caminho inadequado.

Eu não consigo entender que medo é esse em perder a amizade de um adulto. Presume-se que, enquanto adultos, deveríamos ter maturidade para ouvir o que o outro nos traz. Infelizmente, não é isso que vem ocorrendo. Deparamo-nos com pais imaturos no agir e no ouvir.

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Somos uma família, papai

Cansada de ver os pais em conflito, percebendo o clima existente entre os pais, Laura resolve agir. Em uma atitude inesperada e repentina, a pequena menina de 3 anos pega na mão da mãe e a leva até o pai. Une as mãos dos pais às dela e diz: “Nós formamos uma família. Não briguem. ”

O que levou essa criancinha a agir assim? Com certeza, ela já tem bem arraigado o conceito de família. Com certeza, também, é uma criança que conhece o amor através dos próprios pais. Percebendo que a harmonia estava comprometida, saiu em uma ação pró-ativa espetacular e neutralizou o clima. Fez com que os pais parassem para pensar sobre o que estava acontecendo e se realmente era esse o caminho.

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Eu não sou mais virgem

Uma garotinha de 12 anos. Apenas 12 anos… Classe social elevada, família religiosa, participa de um grupo de jovens, faz um curso para aquisição de uma segunda língua, matriculada em uma escola de referência. Por que estou relatando tudo isso? Porque o preconceito aponta que essa situação só ocorre em uma classe social desfavorecida, em um lar desajustado.
A garotinha, para mim, uma criança, chega até o meu consultório com o nariz empinado, uma fala arrogante e um olhar desafiador. Fico observando essa postura e procurando entender o que há por trás. O fato narrado da perda da virgindade é a consequência, me interesso pela causa. O que levou essa criança a ter uma experiência sexual tão jovem e ainda anunciar a todos que convivem com ela? Esse era meu foco.

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A minha vontade de acertar como pai acabou por permitir que ele se sentisse assim (*)

Recebi os pais, que foram pontuais. Percebia que estavam ansiosos pelo encontro. A educação da família vem de berço. Os pais são muito educados, receberam uma educação recheada de valores, ética e princípios e, por isso, Gabriel me encantou. Ele tinha de onde puxar.
Começamos a conversar. Percebi, a cada narrativa, a inquietude na cadeira do pai. A mãe, muito atenta, sempre foi uma fiel companheira da família.
Estava diante de um pai à moda antiga. Desses pais que desejamos muito nos dias de hoje. Aquele pai que coloca regras, que prepara o filho para vida, oferece a vara e ensina a pescar, sabe?

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Não me sinto amado por um dos meus genitores…

De repente entra um jovem bonito, com uma postura educada e respeitosa: “Como vai a senhora? Desculpe o atraso.” Uma atitude muito bonita para um rapaz de 14 anos que veio ao meu encontro.

Perguntei se tinha noção do que faríamos na sessão. Ele disse que acreditava que eu poderia ajudá-lo a dominar a ansiedade e o estresse. Pensava em seus erros e atrapalhos. Culpava-se e culpava um dos seus genitores por ser reativo.

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Não posso mais ser amiga delas

Pérola é uma adolescente com comportamentos bem característicos da fase: não aceitação do físico, dificuldades em lidar com o conteúdo interno, oscilação nas relações familiares/amizades e dificuldades com a escola.

Por causa do baixo rendimento, ela foi chamada para conversar pela direção escolar. O interesse em entender o que estava acontecendo era grande. Por que caiu tanto o rendimento? Onde está aquela aluna comprometida?

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“Eu prefiro amigos virtuais, Fabíola!”

Assim começou o diálogo com uma jovem de apenas 12 anos. Como assim prefere amigos virtuais? Ela tem amigos virtuais aos 12 anos? Preocupei. Grudei meu olhar nela e prestei atenção em cada palavra. Ela prefere amigos virtuais, mas estava aqui comigo sedenta de vontade falar e adorava quando eu a tocava.

A narrativa foi longa. Ela não se cansava. Ofereci água para ver se tinha uma pausa, porém a danadinha falava sem parar. E o que tanto falava? Então, estava confusa. Embora iniciara com a fala afirmando que preferia amigos virtuais, na verdade, sentia-se tão sozinha e desejosa de ter amigos presenciais. Pode isso? A maior queixa era a perda da confiança das amigas. Não conseguir lidar com o afastamento.

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Encarando a pedofilia. Como entender e prevenir?

Todo dia o assunto vem à tona. Parece que os casos aumentaram. Será? As notícias circulam mais e chegam os casos até os nossos ouvidos/lares. Acontece que cada vez mais nos assustamos com ocorrências graves de abuso sexual de crianças. Percebo pessoas confusas pela maneira como o assunto é tratado nos veículos de comunicação.

Muitos estudos já foram e têm sido feitos a respeito. O desejo de se compreender o fenômeno da pedofilia tanto do ponto de vista biológico quanto do social é intenso. Baseada em minha monografia do curso de Terapia de Família e Casais e nos atendimentos que tenho feito cujo tema foi esse, proponho um pensar sobre as consequências emocionais, sociais e físicas que milhares de crianças sofrem anos a fio.

Começo por alertar que o abusador pode estar ao lado, mas que também nem todo abusador é um pedófilo, e nem todo pedófilo é um abusador. Confuso? Vamos lá!

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